sexta-feira, 1 de junho de 2007

EPOPÉIA EMPRESARIAL BRASILEIRA

Prólogo: Início da Jornada



Um mundo muito confuso
Receitas de bolo
Gambiarras
Self Made Man
Inventando moda
Um convite


As dificuldades vividas por gestores e empresários de pequenos empreendimentos são inúmeras. O dólar alto aumenta custos com as importações. Dólar baixo diminui a competitividade nas exportações. Impostos, fiscalização, burocracia, legislação complexa e confusa, infra-estrutura ineficiente, concorrência desleal, falta de profissionais qualificados, greves, invasões, violência, juros, novos competidores internos, a ameaça da China, Índia. Barreiras protecionistas, meio ambiente, novas tecnologias, corrupção... A lista de problemas parece infinita.

Um observador atento percebe que esta lista é composta por fatores externos, de forma que a empresa tem pouca ou nenhuma ação sobre elas. Mas as empresas prósperas se diferenciam justamente pela sua capacidade de transformar ameaças em oportunidades.

Então o que fazer? Como superar as ameaças? Qual o caminho para o sucesso?

Um dos pontos mais importantes é ter a consciência que não há uma fórmula padrão. Não há receita mágica. Aliás, para quem acredita em manuais de condutas para o sucesso, basta ir a uma livraria e escolher alguns dentre os milhares de títulos que atendem a todos os sabores da “auto-ajuda empresarial”. Mas não estranhe ao encontrar títulos completamente antagônicos, afinal, receita de livro pode ajudar a fazer um bolo, mas se vai ficar saboroso depende da experiência do cozinheiro e das preferências gastronômicas dos convidados, dos ingredientes, entre outros...

Outra consideração fundamental é ter em mente que, para atuar nas dificuldades empresariais, é preciso obter um bom diagnóstico. Profissional, isento e personalizado. Não conheço ninguém que sinta segurança em médicos que realizam consultas “fast food”. Que em três minutos te faz meia dúzia de perguntas e, sem saber seu nome, sem olhar no seu olho, te prescreve um tratamento.

Tão ineficiente quanto um diagnóstico elaborado por consultores “fast food” é a “automedicação”. Nós brasileiros temos a convicção nata de sermos bons técnicos de futebol, médicos e amantes. Talvez seja esta a razão de formarmos a nação da gambiarra. Sem planejamento e conhecimentos técnicos, somos bons para dar palpites superficiais sobre qualquer assunto e em “seduzir” clientes, chefes e subordinados com o nosso “jeitinho”.

Só que a complexidade das empresas, no que diz respeito à sua organização interna e ao seu ecossistema exige profissionais preparados para diagnosticar e conduzir o processo de evolução empresarial.

Na prática, pouco importa se o diagnóstico e a condução do processo de evolução empresarial são realizados pelo empreendedor, por gestores ou por consultores. Se há conhecimento, dedicação, metodologia e isenção suficientes, os resultados serão positivos. Não tenho dúvidas que o próprio empreendedor é o responsável final pelos resultados. Mas geralmente ele é tentado pela síndrome do “self-made-man” e acredita que sozinho conseguirá resolver todos os problemas de sua empreitada. Com a complexidade do mundo empresarial atual, persistir nesta crença é um ato de autodestruição.

A última consideração é atitude estratégica. Claro que todos os problemas têm origem externa. Entretanto, uma organização pode ser mais bem sucedida que as demais em função de sua capacidade de resposta ao meio ambiente. Mais que isto, uma organização torna-se imbatível quando ela consegue criar o futuro com base na sua visão estratégica. Ou seja, ela constrói o futuro e não apenas segue tendências. Engraçado como fomos realmente adestrados para executarmos tarefas mecânicas. Perdi as contas de quantas vezes escutei a frase: “não invente moda, menino”. Pois hoje, se você não “inventa a moda”, certamente irá segui-la.

A minha proposta é, nos próximos artigos, explorar diversos sintomas de problemas que ocorrem em pequenas empresas e debater os caminhos viáveis para transformação destas ameaças em oportunidades. Não tenho a intenção de fornecer fórmulas superficiais para o sucesso, pois penso que cada situação é única e merece atenção personalizada. Mas acredito que a discussão sobre problemas e possíveis soluções, em termos gerais, pode ser o primeiro passo para um trabalho mais individualizado e profundo.

Pretendo considerar a tecnologia, processos, estratégia, conhecimento, atitude e criatividade como os alicerces que fundamentam as soluções para os problemas organizacionais.

Espero que você participe e enriqueça o nosso debate.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito se fala sobre como as pequenas empresas sairão deste emaranhado de obstáculos!!!!
E vejo que realmente estamos em uma guerra e guerra se vence com estratégias!!!!!!!