sexta-feira, 27 de julho de 2007

Uma Sigla que RH e DP Devem Aprender: DRE





"Se você quiser economizar tempo na procura do culpado, comece na sua própria mesa."
W. Edwards Deming




Segundo o Cadastro Central de Empresas de 2004 do IBGE, temos quase 6 milhões de unidades locais de empresas no Brasil, distribuídas da seguinte forma segundo o critério de atividade:

Quais destes ramos de atividade não dependem de profissionais para executar suas operações de venda, produção e atendimento, garantindo o sucesso do empreendimento?

Sejamos francos e realistas, excetuando-se alguns tipos de indústria que são fortemente baseados em automação, a grande maioria das empresas depende muito de pessoas para prosperar em um ambiente cada vez mais competitivo.

Entretanto, quase todos os gerentes e profissionais relacionados com recursos humanos se lamentam por ninguém da alta direção da empresa lhes dar ouvidos. Muitos chegam a dizer que são motivo de chacota por parte de funcionários de outras áreas da empresa. Acontece que são poucas as pessoas ligadas a RH que compreenderam a dinâmica do mundo atual, que se baseia em resultados. Uma dinâmica na qual fazer algo que não seja para ajudar a organização, no cumprimento de suas metas, significa apenas gerar mais gastos e drenar a energia da empresa.

Você, do Departamento de Pessoal (DP), qual é a sua maior preocupação? Posso afirmar que, quase sempre, a grande preocupação é pagar os salários em dia, sem erros, cumprindo todas as obrigações para com o governo. Só que, além disso, há um monte de gente lhe pedindo planilhas e números que dão um trabalho enorme para elaborar. Você tem um trabalho exaustivo, estressante, todo mês, e ninguém o convida para comemorar um contrato fechado, ou um resultado anual acima das expectativas. Aumento de salário ou bônus, nem pensar!

E você de RH? Recrutamento, seleção, motivação, liderança, conflitos, cargos, desenvolvimento... ufa! Quanta coisa... E ninguém lhe dá valor. Sua área é a primeira a sofrer com reduções de custo.

Pense na administração do seu orçamento doméstico. Quando você precisa conter gastos, onde você corta? É isso mesmo. O RH é encarado como supérfluo e o DP, um mal necessário. Agora, é muito fácil culpar o mundo.... Será que você realmente quer ser parte do sucesso da empresa, ou está contribuindo para reforçar a imagem que tem?

Nem o DP nem o RH conseguem obter números para provar seu valor. As causas disso são basicamente duas: vocês não estão em sintonia com o negócio da empresa e não usam um sistema de informação que possa fornecer números para uma avaliação dos seus resultados.

Você é capaz de elaborar as perguntas certas para entender o que deve fazer no intuito de ajudar no sucesso da empresa? Se a resposta for não, alinhe-se. Entenda, respire e fale a linguagem dos negócios. Entenda como a empresa agrega valor para seus clientes. Como as pessoas podem tornar a empresa mais competitiva. Compreenda que a contabilidade é uma forma de representar as operações da empresa na forma de valores monetários. Tudo que é feito pelas áreas de gestão de pessoas reflete nas demonstrações contábeis. Não se esqueça de que gestão compreende planejamento e controle.

Veja alguns exemplos de perguntas que devem ser feitas (e respondidas) pelas áreas de recursos humanos: Há alguma forma de reduzir os custos de contratação e desenvolvimento para sermos mais competitivos em uma concorrência? Quanto desperdício foi evitado após um programa de alfabetização de adultos? Se reduzirmos as faltas em X% qual será o impacto no resultado anual? Após a implantação do programa de integração entre departamentos, o índice de reclamações de clientes caiu em quanto? A utilização de técnicas de análise de perfil psicológico na seleção reduziu em quanto a rotatividade? Isto pode ser traduzido em quantos reais economizados?

Enfim, entenda mais sobre o negócio da sua empresa e faça parte dele. Mostre que os seus números impactam positivamente na Demonstração de Resultados do Exercício - DRE. Assim, o RH e o DP serão naturalmente respeitados e encarados como peças imprescindíveis na engrenagem empresarial.

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