Um Conselho sobre Ética
E eu com isto?
Um conselho sobre ética
Um conselho sobre ética
Diz o ditado que se conselho fosse bom, não seria de graça. O fato é que os Conselhos não são gratuitos. Profissionais de diversas áreas, consumidores e o contribuinte pagam para mantê-los. Conselhos profissionais de administradores, advogados, contadores, médicos, dentistas, farmacêuticos, engenheiros e tantos outros foram criados, por lei, por algumas razões básicas, dentre as quais: orientar, fiscalizar e normatizar o exercício da profissão com objetivo de proteger a sociedade de maus profissionais e proteger bons profissionais de maus profissionais. Por razões similares foram criados Conselhos de Ética em entidades de classe, sindicatos, associações, organizações públicas e privadas.
Basta uma breve navegada pelo site de qualquer uma destas instituições que veremos, com absoluta certeza, um link para o tão famoso código de ética da profissão. Organizações não governamentais e grandes empresas privadas, muitas delas com ações na bolsa, ostentam também este instrumento, que muitas vezes são expressos por nomes como: carta de princípios, valores corporativos, declaração de valores, entre outros.
Coletei frases de empresas que foram foco da mídia em casos de escândalos. Coletei também trechos de textos de algumas entidades. Vejam as obras primas:
“zelar pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade”
“valorização da profissão (...) visando a defesa da Sociedade.
“comprometimento que a organização tem em relação à sociedade”
“(...) é uma profissão a serviço (...) do ser humano e da coletividade
“respeito aos contratos e na postura ética e responsável, posicionando-se na vanguarda do desenvolvimento econômico e social”
“Agir com honestidade e ética e manter a boa imagem da empresa”
“Os compromissos sociais das organizações se fazem mais essenciais para a vida dos cidadãos”
Só que na prática, quase todos os Conselhos de Ética dessas entidades e empresas tiveram seu sentido usurpado. São utilizados como palco para prática máxima do corporativismo. Prédios caem, advogados corrompem, médicos destroem vidas, empresas são conduzidas de forma fraudulenta e os nobres colegas, quando muito, recebem advertência verbal. Raríssimos são os casos de perda de registro profissional, expulsão de uma associação ou perda do emprego.
Em todas – ressalto veementemente – em todas as profissões há gente boa e má. Há bons e maus profissionais. Há os comprometidos por vocação e os comprometidos com o bolso. E sou otimista! Acredito que há mais profissionais honestos que desonestos.
Então, senhores dos conselhos, por que há tanta tolerância com os tais nobres colegas que sujam o nome da profissão? Que criam repugnância no cidadão comum? Que geram vitimas na sociedade e em nossa própria casa?
Afirmo sem medo de errar: nas as associações e nos círculos de relacionamento profissional os sérios sabem muito bem quem são os malandros e suas malandragens. Por que permitimos que eles continuem conosco? Temos medo deles? Admiração?
Uns alegam falta de provas. Mas sabemos que isto é desculpa. Um bom profissional sabe reconhecer e provar a má fé de um (pseudo) colega.
Até quando iremos cobrar do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e do Senado uma postura que não temos em nossa própria casa?
Até quando iremos chacotear colegas notoriamente despreparados ou mal intencionados apelidando-os de açougueiros? Até quando os açougueiros (os de verdade, que trabalham em casas de carnes) irão pagar o pato (ou o boi superfaturado com notas frias)?
Você que está trabalhando com seriedade, estudando, buscando conhecimentos, até quando vai deixar que falsos colegas manchem o nome da sua profissão, da sua empresa? No fundo é o seu nome que está em jogo!
Contrariando o ditado, segue um bom conselho de ética, gratuito: sejamos honestos conosco, do contrário as instituições das quais fazemos parte ficarão condenadas a um fim nada nobre, colega: a falta de credibilidade, no popular, o nome sujo na praça!
Um comentário:
Já que o post começou com ditado, ai vai mais um que ajuda os bons profissionais a continuarem bons e 'na sua': papagaio que anda com joão de barro acaba virando pedreiro.
Os bons vão entender pois ironia é digna apenas dos inteligentes.
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