Escrituração Contábil Digital: uma quebra de paradigmas
A Escrituração Contábil Digital (ECD) é um dos pilares do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).
Conceitualmente, a ECD é apenas uma transformação de livros contábeis em documentos digitais. Aliás, podemos entender todo o SPED como uma evolução logística nos processos de entrega de informações contábeis, fiscais, financeiras e trabalhistas.
Contudo, essa “simples” mudança acarreta conseqüências para todo o processo de produção e utilização das informações. A velocidade é a palavra chave da quebra de paradigmas.
Com base nos “livros” eletrônicos, o fisco irá cruzar informações, rastrear operações e usar estatística computacional para descobrir indícios de erros e fraudes. Por isso, precisão é fundamental. A qualidade das informações contábeis e fiscais geradas a partir dos sistemas empresariais serão fatores imprescindíveis para sobrevivência competitiva. Pequenos erros custarão caro, do ponto de vista fiscal e gerencial .
Ao analisar detalhes das informações da ECD, fica evidente que é impraticável participar do SPED sem um sistema integrado de gestão – ERP. Mais ainda: a implantação de ERP sem apoio de um bom contador pode ser uma experiência catastrófica.
Um lançamento contábil é representação de uma operação que ocorreu na empresa: venda, compra, pagamento, recebimento, produção, entre outros. A cada instante, várias operações são executadas, conseqüentemente, vários lançamentos contábeis são gerados pelo ERP para representar tais operações. Para que o processo de contabilização aconteça corretamente, alguns pré-requisitos devem ser cumpridos:
a) O ERP deve ser configurado do ponto de vista contábil – freqüentemente este trabalho é precedido por um planejamento tributário.
b) As pessoas que executam as operações devem ser capacitadas para registrá-las adequadamente no sistema. Na prática, um faturista, vendedor, comprador ou auxiliar de almoxarifado pode jogar por terra todo planejamento tributário da empresa por lançar operações de forma incorreta.
Sinal dos tempos! Muitos ainda não se deram conta, mas estamos vivendo de fato a Era do Conhecimento onde a tecnologia pode ser considerada como instrumento logístico capaz de gerar diferencial competitivo, mas quem agrega (ou desagrega) valor às empresas é o ser humano com sua capacidade de análise, síntese e relacionamento.
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