SUPERSIMPLES?

O que escuto por minhas andanças pelo nosso Brasil é um grande clamor por tributos mais baixos e menos burocráticos. Há muita gente de bem no país. Pessoas que querem trabalhar honestamente, planejar o futuro, andar pelas ruas sem medo. Claro, temos a turma da pilantragem nata. Estes são incorrigíveis, ou melhor, talvez a cadeia resolva.
Então, por que há tanto empresário, profissional liberal, funcionário público e privado que dá calote no fisco? As razões são várias: cultura, falta de bons exemplos, mídia de massa que valoriza a “esperteza Zeca Pagodiana”, ineficiência da fiscalização, impunidade... Mas o principal motivo é o custo alto para entender, recolher e comprovar o recolhimento correto.
Aí entraria o SuperSimples. Este sistema de tributação deveria reduzir o custo total de recolhimento de impostos para pequenas empresas. Isto impulsionaria a formalização e reduziria a sonegação. Reduzir o custo total de um tributo significa mais que reduzir alíquotas. Há custos embutidos no processo como: o da tomada de decisão sobre o melhor enquadramento tributário, o de cálculo do imposto, recolhimento e comprovação do recolhimento. Ainda há o custo da mudança: a cada alteração nas normas tributárias as empresas gastam para se adaptar.
Tenho lido artigos sobre o tema, participado de palestras e fóruns. E, qual a minha conclusão? É bom para as empresas? Para o país? Não sei. Ninguém sabe. Ninguém se compromete. Só os doutrinários que vivem de “fé” e são cheios de convicções. O negócio é complicado! Para saber se é bom depende de uma infinidade de características da empresa. A maioria dos artigos que leio traz algo mais ou menos como “Essa primeira análise das normas do Super Simples indica a conclusão de que não se pode generalizar, afirmando que o regime será sempre favorável às empresas, antes de uma análise concreta de cada situação.”
Ora, então continua tudo errado! Decidir qual o regime de tributação é o melhor exige profissional altamente especializado, ou seja, contabilista – e dos bons. E ele não tem bola de cristal. Sem um planejamento do negócio, sem previsões de mercado para fundamentar cenários simulando as vendas, os custos e a tributação decorrente, as decisões sobre o regime tributário viram exercício de magia negra. Pergunto-lhes: qual o percentual de microempresas faz (ou tem condição para fazer) um bom planejamento de negócios? E os informais?
Enfim, não creio que possa haver uma adesão em massa ao SuperSimples. Muito menos que as dez milhões de empresas informais possam se formalizar no curto prazo. Além do mais, falta segurança. Não há clareza, nem garantias suficientes para que os milhões de pequenos investidores “paguem para ver”. Em um país onde mais de duas normas tributárias são editadas por hora, quase 220 mil normas foram criadas em 18 anos, mas só 16 mil ainda estão em vigor, é possível acreditar em estabilidade jurídico-tributária? Bom, como administrador, não há motivos para justificar um cenário tributário otimista para empresas. Como empreendedor, tomar qualquer decisão sem muito estudo é arriscado. Como cidadão, “tudo como dantes, numa terra de Abrantes”: leis complexas, alta carga tributária e muita propaganda.
E agora, José?
Claro que, se ficamos na mesma com relação ao contexto, ainda temos duas opções: rezar por uma reforma tributária decente ou agir.
Um leão farejou dois amigos na selva. Quando eles perceberam, um começou a rezar e outro calçou o tênis. O que estava rezando disse, em tom de chacota: “Para que isto? Você acha que vai correr mais que o leão?”. O do tênis começou a correr e disse: “não preciso correr mais que o leão, preciso correr mais que você!”. Então amigos, para correr mais que seu concorrente, é preciso calçar os tênis! Significa aprender a gerir a empresa com base em cenários, simulações, acompanhar custos, resultados de ações, campanhas de marketing e entender quem são seus melhores aliados: colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores. Para isto, não há muita opção. É preciso estudar muito e ter ferramentas para obter as informações a tempo para tomar decisões. Ou seja, sem conhecimento e um bom ERP, você pode começar a rezar.

Um leão farejou dois amigos na selva. Quando eles perceberam, um começou a rezar e outro calçou o tênis. O que estava rezando disse, em tom de chacota: “Para que isto? Você acha que vai correr mais que o leão?”. O do tênis começou a correr e disse: “não preciso correr mais que o leão, preciso correr mais que você!”. Então amigos, para correr mais que seu concorrente, é preciso calçar os tênis! Significa aprender a gerir a empresa com base em cenários, simulações, acompanhar custos, resultados de ações, campanhas de marketing e entender quem são seus melhores aliados: colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores. Para isto, não há muita opção. É preciso estudar muito e ter ferramentas para obter as informações a tempo para tomar decisões. Ou seja, sem conhecimento e um bom ERP, você pode começar a rezar.
Post Scriptum: Onus probandi incumbit ei qui agit
(em português claro: quem mata a cobra, deve mostrar o pau)
Agência Câmara
Hã? Entendeu?
Um comentário:
Aproveitando o ensejo do post, alguém sabe quando aquele imposto provisório irá parar de ser cobrado na minha conta? Acho que o nome é CPMF.
Afinal...a saúde no Brasil ta ÓTIMA. Não foi pra isso que ele foi criado?
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